A queimada / Délio Pereira da Cruz - Literatura em Anápolis
A queimada Há sempre almas desapiedadas que se prestam para tão ignóbeis tarefas. Corria o mês de agosto. . . lento. . . . monótono. . . .seco e excessivamente quente. A lentidão do passar dos dias talvez se devesse ao fato da grande carga de tragédia que o mês arrastava, deixando, atrás de si, um sulco estupidamente profundo de misérias. Agosto é aziago, diz a crendice popular. A paisagem era de meter pena. Os corações mais embrutecidos haveriam de sofre um certo estremecimento, um descompassar no rítmico bater do peito ao contemplá-la. Árvores, outrora luxuriantes, agora mostravam-se desnudas com seus galhos secos voltados para o céu, a suplicar graça da chuva revitalizante, assemelhando-se a uma multidão pobre e faminta de braços erguidos e descarnados, a clamar por um pouco de alimento. Esmoleres. . . . Pedintes . . . Suplicantes . . . . Reses magras, pastava